terça-feira, 29 de junho de 2010

Pra que serve uma relação?



Agora eu quero falar de amor... Chega de coisas tristes! Vou colocar aqui um texto do Drauzio Varela muito simples e que me tocou fundo. Ofereço a todas as pessoas que estão em uma relação por completo e que, como eu, esperaram até encontrar a pessoa certa para viver ao lado. Na verdade não sei explicar como identificar a pessoa certa, talvez a palavra que quero usar não seja essa. Mas o que quero dizer é que ofereço esse texto a todas pessoas que são felizes com quem escolheu e também para aquelas que ainda esperam encontrar um grande amor como eu encontrei, porque como diz um ditado popular "Pra toda tampa existe uma panela". Muito amor pra todos!!!! Também dedico as palavras ao meu amor e que ele saiba, mais uma vez, o quanto a nossa relação, que fará dois anos agora em julho, me faz feliz!!!

Pra que serve uma relação?

Definição mais simples e exata sobre o sentido de mantermos uma relação? Vou dar continuidade a esta afirmação porque o assunto é bom, e merece ser desenvolvido. Algumas pessoas mantém relações para se sentirem integradas na sociedade, para provarem a si mesmas que são capazes de ser amadas, para evitar a solidão, por dinheiro ou por preguiça. Todos fadados à frustração. Uma armadilha.

Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.

Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo, enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio, sem que nenhum dos dois se incomode com isso.

Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada uma pessoa bonita a seu modo.

Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.

Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro, quando o cobertor cair.

Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro no médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.

Dr.Drauzio Varela

terça-feira, 22 de junho de 2010

Revolta

Estou assustada com as atitudes cruéis de algumas pessoas. Ler os jornais, assistir aos noticiários e trabalhar em um jornal tem sido, muitas vezes, doloroso. Domingo à noite estava vendo TV quando me chamou a atenção uma entrevista com o pescador que estuprou duas filhas menores de idade e teve sete filhos com uma delas, no Maranhão.

O homem é um monstro, como tantos outros que aparecem por aí todos os dias cometendo atos como este, abomináveis. O repórter perguntava as coisas para ele, que respondia na maior calma, como se os crimes que ele cometeu fossem coisas normais. Teve um momento em que o repórter perguntou para o maníaco: "você começou a estuprar sua filha quando ela tinha 12 anos? e ele respondeu, indignado, "não!! Ela tinha 13 anos!" e o repórter emendou, "Mesmo assim, ela era uma criança. Você acha que faz diferença?" e o monstro respondeu: "Claro que faz!".

Esse "ser", primeiro violentou uma das filhas, que fugiu grávida dele. Depois começou a violentar a outra filha, que deixava isolada, num lugar horroroso, que não se pode chamar de casa e teve sete filhos com ela. Um menino tem deficiência mental e duas meninas, uma de apenas 8 anos, também tinham marcas de violência sexual, que com com certeza foram provocadas pelo pai-avô. Fui dormir revoltada e com medo.

Hoje fui ler o jornal e me deparo com a matéria sobre o estupro de duas meninas por um outro maníaco, que atirou na cabeça de uma delas e a violentou mesmo ferida, em Goiânia. Quando eu li aquilo, tanta monstruosidade, senti vergonha de viver no mesmo mundo que este tipo de gente.

Mais tarde eu vi na TV a notícia de que a garota que levou o tiro tinha morrido, depois de passar um tempo sofrendo na UTI. Senti uma tristeza tão grande, uma pena dela e da família... E senti também revolta. Lembrei de tantos outros casos como do maníaco de Luziânia e da garota que entrevistei no Cevam uma vez. Ela começou a ser violentada pelo pai com 5 anos e, depois que ele foi preso, a mãe passou a oferecê-la para os milhares de tarados que existem por aí. A garota me contava tudo com os olhos cheios d'água e eu lá, engasgada, chocada, sem saber o que dizer, o que perguntar, que comentário fazer... Na verdade eu tinha vontade de vomitar. Estou mais uma vez chocada e sempre vou ficar ao ver a crueldade desses criminosos, o que pra mim é incompreensível.

E essa sensação de que ninguém pode fazer nada e que a polícia também não faz nada, que essas pessoas estão em todo lugar, que vão aos mesmos shoppings, padarias, enfim, aos mesmos lugares que eu e todas as pessoas do bem é horrível. Qualquer um pode ser a próxima vítima desses psicopatas. Dá medo, arrepios, e revolta, muita revolta.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Viver é uma regra

Amanhã acabam as minhas férias e depois de passar o mês todo comendo muuito sem pensar (especialmente na semana em que viajei para o Resort na Bahia, no qual eu comia e bebia praticamente o tempo todo) hoje eu surtei depois de ouvir durante a semana uma overdose de críticas e comentários maldosos em relação à minha forma física, já que engordei dois quilos. Vocês devem estar pensando que eu estou exagerando, pois o que são apenas dois quilos a mais na vida de uma pessoa? Vocês devem estar achando que sou louca. Mas não. Simplesmente todas as pessoas que convivem comigo (pai, mãe, irmãos, tios) estão me chamando de gorda e dando palpites o tempo todo no que eu devo ou não comer e isso tem me deixando deprimida.

Os dois quilos a mais estão fazendo uma grande diferença mesmo no meu corpo, pois eu nunca cheguei a esse peso na minha vida e quando isso acontece chama a atenção. Mesmo deixando claro que eu tenho consciência de que eu preciso emagrecer, que eu nunca fui gorda e já ter aderido a um regime para resolver isso as pessoas insistem em me lembrar que eu virei uma bola. E aí vem a parte que mais me irrita. A maioria das pessoas que estão me criticando estão não apenas dois quilos mais gordas, mas muito mais. Mas elas falam, porque o certo é ser magro e esta é a regra e ponto.

Coincidentemente eu participei de um torneio de tênis no sábado e as pessoas estavam presentes no jogo, que eu perdi, e o comentário depois das caras feias foi de que eu não consigo correr porque estou gorda e que a minha adversária ganhou de mim porque estava mais preparada e sarada... Agora eu pergunto: quem tinha que estar chateada com a derrota era eu, e eu mesma nem estava ligando, eu queria mesmo quando entrei no toneio participar de um jogo de verdade e só. Porque vencer é o certo? Por que estar magrinha é o certo? Por que as pessoas cobram tanto das outras algo como sendo certo se elas não sabem se a outra pessoa também acha isso certo? Onde está escrito e quem foi a santa pessoa que criou essas regras que a gente é obrigado a cumprir o tempo todo?

Por isso resolvi publicar um texto que recebi por e-mail esses dias e que exemplifica muito bem essa questão, espero que gostem como eu gostei.

Posso Errar?
Por Leila Ferreira

Há pouco tempo fui obrigada a lavar meus cabelos com o xampu “errado”. Foi num hotel, onde cheguei pouco antes de fazer uma palestra e, depois de ver que tinha deixado meu xampu em casa, descobri que não havia farmácia nem shopping num raio de 10 quilômetros. A única opção era usar o dois-em-um (xampu com efeito condicionador) do kit do hotel. Opção? Maneira de dizer. Meus cabelos, superoleosos, grudam só de ouvir a palavra “condicionador”. Mas fui em frente. Apliquei o produto cautelosamente, enxaguei, fiz a escova de praxe e... surpresa! Os cabelos ficaram soltos e brilhantes — tudo aquilo que meus nove vidros de xampu “certo” que deixei em casa costumam prometer para nem sempre cumprir. Foi aí que me dei conta do quanto a gente se esforça para fazer a coisa certa, comprar o produto certo, usar a roupa certa, dizer a coisa certa — e a pergunta que não quer calar é: certa pra quem? Ou: certa por quê?

O homem certo, por exemplo: existe ficção maior do que essa? Minha amiga se casou com um exemplar da espécie depois de namorá-lo sete anos. Levou um mês para descobrir que estava com o marido errado. Ele foi “certo” até colocar a aliança. O que faz surgir outra pergunta: certo até quando? Porque o certo de hoje pode se transformar no equívoco monumental de amanhã. Ou o contrário: existem homens que chegam com aquele jeito de “nada a ver”, vão ficando e, quando você se assusta, está casada — e feliz — com um deles.

E as roupas? Quantos sábados você já passou num shopping procurando o vestido certo e os sapatos certos para aquele casamento chiquérrimo e, na hora de sair para a festa, você se olha no espelho e tem a sensação de que está tudo errado? As vendedoras juraram que era a escolha perfeita, mas talvez você se sentisse melhor com uma dose menor de perfeição. Eu mesma já fui para várias festas me sentindo fantasiada. Estava com a roupa “certa”, mas o que eu queria mesmo era ter ficado mais parecida comigo mesma, nem que fosse para “errar”.

Outro dia fui dar uma bronca numa amiga que insiste em fumar, apesar dos problemas de saúde, e ela me respondeu: “Eu sei que está errado, mas a gente tem que fazer alguma coisa errada na vida, senão fica tudo muito sem graça. O que eu queria mesmo era trair meu marido, mas isso eu não tenho coragem. Então eu fumo”. Sem entrar no mérito da questão — da traição ou do cigarro —, concordo que viver é, eventualmente, poder escorregar ou sair do tom.

O mundo está cheio de regras, que vão desde nosso guarda-roupa, passando por cosméticos e dietas, até o que vamos dizer na entrevista de emprego, o vinho que devemos pedir no restaurante, o desempenho sexual que nos torna parceiros interessantes, o restaurante que está na moda, o celular que dá status, a idade que devemos aparentar. Obedecer, ou acertar, sempre é fazer um pacto com o óbvio, renunciar ao inesperado.

O filósofo Mario Sergio Cortella conta que muitas pessoas se surpreendem quando constatam que ele não sabe dirigir e tem sempre alguém que pergunta: “Como assim?! Você não dirige?!”. Com toda a calma, ele responde: “Não, eu não dirijo. Também não boto ovo, não fabrico rádios — tem um punhado de coisas que eu não faço”. Não temos que fazer tudo que esperam que a gente faça nem acertar sempre no que fazemos. Como diz Sofia, agente de viagens que adora questionar regras: “Não sou obrigada a gostar de comida japonesa, nem a ter manequim 38 e, muito menos, a achar normal uma vida sem carboidratos”. O certo ou o “certo” pode até ser bom. Mas às vezes merecemos aposentar régua e compasso.

Leila Ferreira é jornalista, apresentadora de TV e autora do livro Mulheres – Por que será que elas..., da Editora Globo.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Rotina


Cansaço. Aulas. Trabalhos. Plantões. Banco de horas. Livros. Chocolate. Shopping. Esmaltes. Unha. Bacalhau. Colares. Investimento. Falta de tempo. Pizza. Futebol. Botafogo. Jornal. Shopping. Compras. Promoção. Estresse. Vacina. Franja. Facebook. Fazendinha. Casamentos. Amigos. Chopp. Férias. Ansiedade. Espiritismo. Viagem. Resort. Cochilo. Tênis. Regime. Calor. Tecnologia. Relógio. Cansaço. Folga. Compras. Vestido. Festa. Praças. Saudade. Alegria. Curiosidade. Preguiça. Contas. Presente. Agenda. Calendário. Contagem regressiva.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Parabéns para o Rio!


Hoje o Rio de Janeiro faz 445 anos! E eu não poderia deixar de aproveitar esse espaço para fazer a minha homenagem à essa cidade, que foi cenário da minha vida durante os sete ótimos anos em que vivi lá e em muitos outros momentos em que estive lá passando férias e curtindo minhas amigas cariocas, as praias, a noite, enfim, tudo de bom que o Rio tem e que me encanta tanto.

Apesar de ser uma cidade com muitos problemas, como a violência, o Rio é a minha cidade preferida. Nem conheço tantas outras cidades assim, mas tenho verdadeira adoração pela cidade maravilhosa. Quando eu fui com a minha família para o Rio eu tinha 9 anos. Não estava nem um pouco feliz em ter que mudar para uma cidade estranha e ficar longe da minha família e do lugar onde nasci e cresci.

Me lembro direitinho quando eu coloquei meus pés na cidade maravilhosa. Era como se eu já estivesse vivido lá, era um lugar muito familiar... Meu pai me levou à praia para conhecer o mar. Fomos à Praia Vermelha porque ficava perto do nosso apartamento e estávamos muito ansiosos para ver o mar pela primeira vez. Eu fiquei maravilhada! Não só por conhecer o mar, mas por estar do ladinho do Pão de Açúcar, coisa que eu só via na televisão, e ao vivo era muito, muito mais bonito!

No Rio eu vivi um pedaço da minha infância e outro pedaço da minha adolescência. Descobri e aprendi muitas coisas, fiz amigos maravilhosos, alguns para o resto da vida. E com o tempo fui me apaixonando cada vez mais por esse lugar de encantos mil, de pessoas descoladas e divertidas, de praia, sol e mar sem fim, de bom gosto, de noite boa, de belezas inexplicáveis, de carnaval, de gente bonita, de muito lazer e diversidade, do Cristo Redentor de braços abertos, lá em cima, tornando tudo muito mais maravilhoso!

Quando tive que deixar o Rio foi uma tristeza, um drama na minha vida. Enfrentei muitas críticas dos meus amigos de Goiânia porque eu não me conformava e acabava fazendo comparações... A separação foi superada, assim como o boqueio com a minha cidade natal. Mas a saudade, essa sempre fica no meu coração... Saudade de andar naquele calçadão, de sentir o cheiro e o barulho daquele mar, que pra mim é o melhor de todos! Saudade de ir à praia com os amigos no final de semana, de aplaudir o pôr do sol na praia de Ipanema, de curtir o samba na Lapa e o Carnaval na rua... Saudade de olhar pra tanta coisa linda e com tanta história junta!

"Minha alma cantaaaaa! Vejo o Rio de Janeiro!
Estou morrendo de saudades!
Rio seu mar, praias sem fim!
Rio você que foi feito pra mim!!!"

Parabéns a melhor e mais linda cidade do mundo!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Desejos














Coisas que eu ainda vou fazer ou ter

- Andar de asa delta (sonhei um dia com isso e achei o máximo)
- Fazer mergulho no mar (mergulho mesmo,com balão de oxigênio)
- Aprender italiano
- Ir à Disney
- Comprar um apartamento no Rio
- Aprender a cozinhar pratos salgados
- Ter um pequeno negócio
- Ter pelo menos dois filhos
- Jogar num cassino
- Fazer um curso de fotografia (até o final, para poder tirar fotos no modo manual da máquina)
- Andar de balão
- Fazer um cruzeiro
- Correr uma maratona (isto é, conseguir correr mais de cinco minutos, que é só o que eu consigo até hoje)
- Participar de um campeonato de tênis e ganhar pelo menos uma vez
- Visitar um país exótico
- Andar a cavalo
- Escrever um livro

Coisas que eu sempre tive vontade de fazer e fiz:
- Encontrar o amor da minha vida
- Mergulhar (só que foi em água doce, mas foi ótimo)
- Andar de helicóptero (e ainda foi com o Porquinho pilotando, aventura total)
- Acampar
- Andar de jet ski
- Morar em outro país (morei seis meses nos Eua)
- Falar inglês
- Aprender um artesanato (no caso, os colares que eu faço)
- Aprender um esporte e gostar muito de praticá-lo (tênis)

sábado, 2 de janeiro de 2010

Lista do Bem


Este mês eu tive a oportunidade de realizar o trabalho mais bonito e prazeroso da minha vida. Eu que sempre dizia que queria fazer uma matéria que pudesse realmente ajudar, orientar e apoiar de verdade uma pessoa. O maravilhoso é que com essa matéria acho que ajudei mais de 20. Com certeza bem mais, mas não tenho noção de quantas.

Quando meu editor me disse que eu teria que fazer uma matéria por dia, durante todo o mês, cada uma com um personagem diferente, confesso que fiquei desanimada. O nome da série é Lista Pra Fazer o Bem. Eu ligava para as instituições filantrópicas e entidades sociais e procurava alguém que estivesse passando por problemas como vício, doenças, pobrezas, injustiças, solidão. Eu achava que as pessoas não iam querer falar e que eu ia ficar atolada de coisas pra fazer e estressada com as histórias tristes. Me enganei.

O que não faltaram foram histórias tristes e emocionantes de gente precisando de ajuda. Fiquei estressada sim, triste às vezes, chocada, chegava em casa desanimada, mas ao mesmo tempo com uma sensação tão boa, de satisfação, de ter sido útil às pessoas, de verdade. Me empolguei e, mesmo cansada, ficava pensando onde eu ia ligar, como seria a história do próximo dia.

Uma das vezes em que me senti tão bem assim foi quando eu soube que a Daiane, uma das personagens que entrevistei, tinha localizado o pai, que ela me contou que não via há uns 14 anos. A Daiane perdeu a mãe nos seus braços e quando soube que a única pessoa que tinha no mundo, o irmão, estava com câncer ela entrou em depressão e tentou o suicídio seis vezes. Depois ela deu a volta por cima, conseguiu um emprego e passou no vestibular. Mas mesmo assim se sentia só e sonhava em encontrar o pai, que ela soube que a tinha abandonado.

Daiane me contou que a única coisa que sabia do pai era o nome, um nome incomum. Então eu pensei: vou colocar esse nome no jornal, tanta gente lê, vai que ele aparece. E foi o que aconteceu. Um policial localizou o homem e eu foi lá registrar o encontro de pai e filha. Foi muito bacana. O pai disse que não a abandonou, que foi a mãe dela que pediu que ele se afastasse e se mudou sem deixar contatos. Esse foi um dos finais felizes, que de certa forma eu ajudei a proporcinar. Como diz a minha sogra eu fui o elo, o meio para ajudar pessoas como seu Lamartino, que ganhou uma casa, a pequena Iara, que foi estuprada pelo pai desde o cinco anos de idade, que tem agora três pessoas querendo adotá-la, o jovem que teve câncer e sonhava em publicar um livro e muitos outros.

Me senti muito, muito feliz por fazer a minha parte e ouvir tantos elogios, tanta gente me ligando para agradecer, contando, cheias de orgulho, tudo o que conseguiram depois que contei suas histórias no jornal. Por mim eu fazia isso o ano inteiro mesmo cansada e tantas vezes inconformada com a crueldade a que muitas dessas pessoas foram submetidas. Publico aqui a matéria final que eu fiz, que foi publicada no jornal O POPULAR no dia 25 de dezembro com alguns sorrisos e finais felizes graças à Lista pra Fazer o Bem. Feliz Ano Novo à todos vocês meus leitores queridos. Um 2010 cheio de alegrias e realizações!!!!!

NATAL FELIZ GRAÇAS A QUEM FEZ O BEM
Lamartino ganhou casa; Joana, brinquedos. estes são exemplos de que a solidariedade pode melhorar a vida de quem precisa

Camila Blumenschein


Alegria, esperança e final feliz. É o que algumas pessoas que contaram suas histórias para a série de reportagens publicada por O POPULAR desde o dia 1º de dezembro, a Lista para Fazer o Bem, conseguiram alcançar, com a ajuda de diversos leitores, que se solidarizaram com seus problemas. São pessoas e famílias com histórias de dor e sofrimento, que, com a ajuda de entidades filantrópicas, conseguiram algum apoio, dignidade e ajuda para superar obstáculos como violência, vícios, pobreza, doenças, solidão e injustiças.

Uma delas foi a garota Joana (nome fictício), de 12 anos, que foi abusada sexualmente pelo próprio pai e obrigada a se prostituir pela mãe, e que sonha em ser adotada por uma boa família. Quatro mulheres procuraram o Centro de Valorização da Mulher (Cevam), onde Joana vive, com projetos de adoção.

Além da intenção de ajudar a menina a ter uma vida normal e feliz depois de todo sofrimento que viveu, essas mulheres também levaram presentes, como roupas e mochilas, para a jovem. De acordo com a coordenadora do Cevam, Cecília Machado, dezenas de pessoas não param de ligar na instituição, sensibilizadas com a história da garota, que foi estuprada dos 5 aos 11 anos de idade dentro da própria casa.

As outras 26 meninas, todas com histórias de abusos, também foram presenteadas. Seis pessoas levaram brinquedos para distribuir entre as crianças e outra doou o material escolar para as jovens, concretizando um pedido especial de Joana. Cerca de 21 pessoas foram até o Cevam para fazer visitas à garota. Outras levaram alegria às moradoras da instituição com a organização de duas festas no local e também com a entrega de um bolo gigante.

Joana conseguiu encontrar três madrinhas, uma delas passou por uma avaliação e pôde levar a jovem para passear. “Fiquei muito feliz. A minha madrinha é legal e estou fazendo coisas legais com ela. Agradeço a todos por tudo!”, declara a menina, com seu jeito tímido, resultado do trauma que viveu.

A felicidade também bateu na porta da família de Lamartino Martins, de 62 anos, que sofre com uma paralisia no corpo, desde que foi atropelado por uma vaca, quando trabalhava em um curral. O homem, que enfrenta muitas dificuldades, inclusive sem ter como pagar o aluguel da casa onde vivia e sem poder comprar os remédios que precisa, foi presenteado com uma casa novinha em folha. “Dez advogados me procuraram e nos deram uma casa no Jardim Curitiba 3. Estou muito feliz!”, diz Lamartino, emocionado com a escritura da residência nas mãos.

Mesmo com todas as dificuldades financeiras e de saúde, o ex-vaqueiro, que adotou duas crianças que ficaram sem família, um deles portador do vírus HIV, também recebeu doações em dinheiro e cestas básicas e vai ganhar camas novas e colchões. Lamartino também recebeu a visita de um fisioterapeuta que está realizando com ele um tratamento de acupuntura, que, segundo o idoso, está sendo muito bom para sua saúde. “Ele vem aqui e coloca as agulhas e eu me sinto muito bem”, conta.

Muito satisfeito com toda a ajuda que tem recebido, Lamartino diz que, quando conseguir voltar a trabalhar, seu maior plano, ele pretende ajudar muitas pessoas, como está sendo feito com ele e a família. “Sei que existe muita gente em situação pior que a minha e eu quero ajudar pessoas assim”, destaca, com gratidão, o ex-vaqueiro.

Outro pedido atendido foi o da psicóloga Suely Linhares, de 58 anos, que acolhe dentro da própria casa idosos com transtornos mentais. Na reportagem do POPULAR, a psicóloga reclamou da falta de apoio do município em relação ao trabalho que realiza com 43 idosos, que vivem com ela. Suely também contou sobre um processo na Justiça que tem a intenção de despejá-la das terras que ela comprou para construir o abrigo.

De acordo com a psicóloga, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, visitou o abrigo e ofereceu a ela o apoio que ela pedia. “Ele me falou que vai me ajudar com o que for preciso, Graças à Deus”, ressalta. Suely conta que um grupo de motociclistas a procurou e se mobilizou em busca de ajuda para o abrigo. “Eles vieram aqui e fizeram um café da manhã e agora são nossos voluntários. Eles disseram que vão até à Presidência da República se for preciso para me ajudar”, declara, satisfeita.

Além dos novos amigos e do apoio da prefeitura, a psicóloga também recebeu doações de fraldas geriátricas e alimentos, que ela diz sempre precisar. “O que ganhamos vai dar para começar o ano com tranquilidade. Estou muito emocionada e feliz. Agora estou pronta para enfrentar os problemas sem perder o sono”, diz.
O jovem Wallace Ventura, de 21 anos, que vive com as sequelas de um câncer na coluna e sonha em publicar um livro contando o seu drama, está a um passo de realizar seu desejo.

A publicação da reportagem com sua história foi o impulso que ele precisava para ligar mais uma vez para uma editora pedindo ajuda para a publicação do livro, já que ele não tem condições de pagar. “Liguei na editora Kelps e um dos donos de lá me prometeu o patrocínio de 50% ou até 100% do meu livro. Estou muito empolgado”, declara Wallace.

UMA NOVA FAMÍLIA PARA DAIANE

Camila Blumenschein

A estudante Daiane Bárbara Pereira da Silva, de 21 anos, não via o pai, Marcionilio, há 14 anos. Mas, graças à reportagem do POPULAR, agora tem uma nova família para passar o Natal. Segundo a jovem, o encontro emocionante com o pai e com as duas irmãs é o melhor presente que poderia receber depois de tudo que viveu.

Ela conseguiu superar uma forte depressão que a levou a tentar o suicídio seis vezes, depois que perdeu a mãe em seus braços. Daiane ficou sozinha com um irmão e entrou em desespero quando soube que a única pessoa que tinha no mundo estava com câncer.

O irmão da jovem se curou e depois de sair da clínica em que ficou internada, ela conseguiu um emprego que mudou a sua vida. Daiane pediu ajuda para pagar o curso de Psicologia que pretende cursar em uma universidade particular até conseguir uma bolsa de estudos. “Duas pessoas me ligaram oferecendo para pagar a faculdade. Tenho muitas esperanças que vai dar certo”, salienta.