quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Que pessoas são essas?

Egoísmo, irresponsabilidade e frieza. Acho que essas três palavras resumem um pouco a morte e o sofrimento de três crianças no Brasil na semana passada. Um garoto de dois anos foi jogado do 18º andar de um prédio pelo próprio pai, que pulou em seguida, na Zona Sul de São Paulo. Em uma briga de trânsito, um homem, que sabe-se lá porque estava armado, baleou um garoto de dois anos em uma rua de Campo Grande. Um bebê de cinco mês morreu, após ter sido esquecido por cinco horas pela mãe dentro um carro em São Paulo.

Com certeza são casos diferentes, cada um com outras palavras diferentes que podem ser usadas para classificá-los, mas que se assemelham pelo desespero a que crianças tão novinhas foram submetidas. Vivemos hoje em mundo onde histórias chocantes, que nos deixam tristes e perplexos, acontecem diariamente. Ficamos sempre tocados e muitas vezes revoltados com os acontecimentos e notícias que vemos o tempo todo nos jornais. Mas, por algum motivo fiquei extremamente abismada e chocada com esses três casos.

Acho que foi porque eles aconteceram na mesma semana e envolveram crianças, que para mim e para muitos são seres inocentes, que ainda não tiveram tempo de viver e de cometer erros... A verdade é que apesar de diferentes, o que chama atenção também nesses casos é a irresponsabilidade, a falta de sensibilidade, de preocupação com o outro, principalmente com filhos, a quem os pais, pela lógica, deveriam dedicar amor incondicional.

O que faz uma mãe esquecer um bebê dentro de um carro? Claro que é difícil julgar, o esquecimento é normal do ser humano, mas esquecer uma criança, o próprio filho, que estava sob seus cuidados? Sacar uma arma e sair atirando a esmo porque se sentiu ofendido por uma fechada no trânsito? Resolver morrer de forma tão dolorosa e levar junto uma criança que nada tem a ver com a sua loucura? Meu Deus, que pessoas são essas? Torço para que essas crianças não tenham sentido toda essa dor e sofrimento que ficamos imaginado que elas possam ter sentido e que exista mesmo um motivo maior para que Deus tenha permitido acontecer tamanhas crueldades.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Morto-vivo

A chamada no site da globo era prá lá de curiosa: "morto" aparece no próprio velório. Não resisti e logo cliquei na matéria. Ri sozinha ao ler a história e depois em casa com a minha mãe, que também tinha lido e caído na gargalhada. O melhor é que é uma história engraçada e atrapalhada, que o repórter teve que escrever com seriedade. Mas ele não teve como fugir do humor, principalmente em relação às pessoas que deram seus depoimentos.

A matéria começa explicando que o pedreiro Ademir Jorge Gonçalves foi dado como morto após um acidente na BR-153, no Paraná, depois de familiares e amigos reconhecerem o corpo no necrotério. O detalhe é que o homem, conhecido como Tufão, apareceu vivo no próprio velório, bem no dia de finados. Já imaginei a cena: todo mundo com cara de assustado, de certo achando que estavam vendo alma penada. Aí, o repórter explicou que na hora do acidente, Tufão estava o tempo todo em um posto que fica ao lado da BR onde o acidente aconteceu tomando pinga com os amigos. Voltei à cena: além de aparecer no seu próprio velório e assustar todo mundo, o cara tava mais pra lá do que prá cá, bebim, e não foi de qualquer bebida, era de pinga.

O balconista do posto informou que Tufão soube que estava sendo velado por um amigo. "O rapaz chegou correndo para avisar que estavam querendo sepultar uma pessoa como se fosse o Tufão, que ficou assustado na mesma hora. Ele saiu do restaurante para esclarecer a história", disse o balconista. Imaginem o Tufão desesperado e indo avisar o povo que ele estava vivo. Na hora eu pensei: a família nem deve gostar muito do coitado, já que vários parentes reconheceram o corpo de outra pessoa como sendo dele, pessoa esta que foi atropelada perto de onde ele estava. Então, eu concluo que essa pessoa não deve ser muito parecida com o Tufão, acho que seria muita coincidência.

O gerente da funerária que cuidou do velório disse que várias pessoas foram reconhecer o corpo, algumas ficaram em dúvida, mas outros não. Aí vem outra parte engraçada da história: o homem da funerária disse que providenciou tudo e reclamou do prejuízo. "Nenhuma das duas famílias pagou pelo trabalho. Nós oferecemos 24 horas de café, leite, chá e lanche, sem falar do caixão e do sepultamento. Tudo isso sai por R$ 1,3 mil, que saiu, até agora, do meu bolso". Detalhe pro lanchinho que foi servido. Eu nem sabia que funerária servia lanchinho. E a família do morto verdadeiro apareceu e nada de pagar o coitado do homem da funerária que fez tudo direitinho.

Outro detalhe descrito na matéria foi que a mãe do Tufão não acreditava que era o filho dela no caixão (pelo menos a mãe né!). Ela ficava olhando e dizendo que não era o filho, quando de repente ele apareceu. "Foi um alívio", declarou ela. Que história maluca! E não foi só o gerente da funerária que saiu no prejuízo. Pra completar, o morto-vivo ou vivo-morto (Tufão) também teve problemas. Apesar de ter virado celebridade na cidade onde tudo aconteceu, Santo Antônio da Platina, no Paraná, o dono do imóvel onde ele morava queimou suas roupas e o colchão da cama onde ele dormia. Onde já se viu isso? Coitado do Tufão!! No fim da matéria, o repórter finaliza dizendo que apesar de ter só a roupa do corpo agora, Tufão só quer comemorar. No mesmo dia ele voltou ao posto que estava mais cedo pra tomar mais pinga.