terça-feira, 22 de junho de 2010

Revolta

Estou assustada com as atitudes cruéis de algumas pessoas. Ler os jornais, assistir aos noticiários e trabalhar em um jornal tem sido, muitas vezes, doloroso. Domingo à noite estava vendo TV quando me chamou a atenção uma entrevista com o pescador que estuprou duas filhas menores de idade e teve sete filhos com uma delas, no Maranhão.

O homem é um monstro, como tantos outros que aparecem por aí todos os dias cometendo atos como este, abomináveis. O repórter perguntava as coisas para ele, que respondia na maior calma, como se os crimes que ele cometeu fossem coisas normais. Teve um momento em que o repórter perguntou para o maníaco: "você começou a estuprar sua filha quando ela tinha 12 anos? e ele respondeu, indignado, "não!! Ela tinha 13 anos!" e o repórter emendou, "Mesmo assim, ela era uma criança. Você acha que faz diferença?" e o monstro respondeu: "Claro que faz!".

Esse "ser", primeiro violentou uma das filhas, que fugiu grávida dele. Depois começou a violentar a outra filha, que deixava isolada, num lugar horroroso, que não se pode chamar de casa e teve sete filhos com ela. Um menino tem deficiência mental e duas meninas, uma de apenas 8 anos, também tinham marcas de violência sexual, que com com certeza foram provocadas pelo pai-avô. Fui dormir revoltada e com medo.

Hoje fui ler o jornal e me deparo com a matéria sobre o estupro de duas meninas por um outro maníaco, que atirou na cabeça de uma delas e a violentou mesmo ferida, em Goiânia. Quando eu li aquilo, tanta monstruosidade, senti vergonha de viver no mesmo mundo que este tipo de gente.

Mais tarde eu vi na TV a notícia de que a garota que levou o tiro tinha morrido, depois de passar um tempo sofrendo na UTI. Senti uma tristeza tão grande, uma pena dela e da família... E senti também revolta. Lembrei de tantos outros casos como do maníaco de Luziânia e da garota que entrevistei no Cevam uma vez. Ela começou a ser violentada pelo pai com 5 anos e, depois que ele foi preso, a mãe passou a oferecê-la para os milhares de tarados que existem por aí. A garota me contava tudo com os olhos cheios d'água e eu lá, engasgada, chocada, sem saber o que dizer, o que perguntar, que comentário fazer... Na verdade eu tinha vontade de vomitar. Estou mais uma vez chocada e sempre vou ficar ao ver a crueldade desses criminosos, o que pra mim é incompreensível.

E essa sensação de que ninguém pode fazer nada e que a polícia também não faz nada, que essas pessoas estão em todo lugar, que vão aos mesmos shoppings, padarias, enfim, aos mesmos lugares que eu e todas as pessoas do bem é horrível. Qualquer um pode ser a próxima vítima desses psicopatas. Dá medo, arrepios, e revolta, muita revolta.

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